Across the Universe

Across the Universe é claramente, para mim, o filme do ano. Quase tudo resulta neste filme. O que não resulta é facilmente esquecido. Tudo porque estamos perante algo único, original, irrepetível. A mistura entre a narrativa e as cenas musicais é perfeita, sendo que a teatralização das mesmas é soberba. É óbvio que não podemos esquecer que todo o filme é adornado pelas melhores pérolas saídas das cabeças desses quatro génios músicais chamados Beatles.
Uma mão cheia de actores desconhecidos mas seguros de si, cheios de qualidade, simples, sóbrios, destacando é claro, a confirmação de Evan Rachel Wood no estrelato. Excelentes surpresas são também Bono e Eddie Izzard, que no papel de guias espirituais, transmitem um karma positivo a todo o grupo, jovem mas muito determinado. Mas sem dúvida alguma, tenho que destacar a participação de Joe Cocker. Apesar de em certos pontos da sua intepretação, e por causa da caracterização, ele parecer-se com um Oompa-Loompa, Joe Cocker é simplesmente fabuloso, aquele homem tem pinta.
Across the Universe é um quadro que se vai pintando devagar, contando a cada pincelada, a história daqueles que viveram numa época única, que descobriram a razão da sua existência, que passaram a entender o caminho a percorrer, que se encontraram a si próprios, e que lutaram para acabar com uma guerra sem sentido. Este filme também nos mostra que a história, ou o Homem, tende a repetir-se em ciclos. E o ambiente vivido retratado neste filme faz tanto sentido agora como à mais de 40 anos atrás. Na guerra não existem vencedores. É isso que a cena mais marcante deste filme tenta mostrar, ao som de Let it Be.
Subscrevo plenamente o que diz Roger Ebert na sua critica a este filme - 'Across the Universe é o tipo de filme para ver muitas vezes, como fosse o nosso albúm favorito".
Perante tudo isto, e por mais que não me sinto capaz de expressar, só vos posso dizer que arranjem o filme e vejam-no. De certeza que não se vão arrepender.
O trailer foi publicado aqui.

Pontuação: 9,0/10