"A AGECOP pretende criar um movimento que leve o Governo a punir quem recorre à cópia ilegal de música, vídeos e livros através da Internet.
«As indústrias culturais não sobreviverão se não se tomar uma atitude. Já temos um quadro legislativo que proíbe downloads ilegais, mas não há aplicação no terreno», refere Tozé Brito, produtor de música e responsável da AGECOP, inquirido pelo Público.
Tozé Brito lembra ainda que França e Irlanda já começaram a implementar o corte de acessos à Net como punição para quem descarrega ou distribui ficheiros piratas na Internet.
A proposta da AGECOP deverá ser analisada hoje durante uma acção de formação na Universidade Nova de Lisboa. " in Exame Informática
Ao ler esta notícia a pessoa pergunta-se se continuamos a viver num estado livre e democrático. As minhas dúvidas já eram grandes, mas com propostas destas qualquer sombra de dúvida é completamente dissípada. Não tarda cortaremos o acesso a carros a quem poluir mais, cortaremos a água a quem consumir mais, e já agora se ganhasse um bom ordenado, também era melhor cortá-lo.
Este grande engenheiro da música, aka Tozé Brito, devia propor o corte do IVA nos produtos culturais (numa nação de asnos a cultura é um luxo) onde comparando com a Inglaterra, o IVA dos livros é 0% (menos 5% que cá), e os restantes produtos culturais têm uma taxa de 5% (menos 15% que cá). Devia propor também o corte das margens brutais de lucro das editoras e distribuidoras. Aí sim podia queixar-se que o negócio é afectado pela pirataria.
Eu faço todas as minhas compras culturais fora do País e fora da zona euro, apenas compro música nacional em Portugal. Mencionando um dos posts anteriores, é impossivel em Portugal comprar Damien Rice a 5 euros cada cd, Sleepingdog nem existe por cá, Matrix Trilogy a 20 euros ou o Anjos na América por 8 euros. Sem falar no preço completamente estúpido das séries de TV.
Considero justo poder ouvir um cd do início ao fim (e não 30s de cada música) antes de poder comprar. Alias, ninguém compra um carro só por o ver por fora. Considero crime e pirataria quem lucra com o trabalho dos outros, isto é, que faz o download e vende esse mesmo download para proveito próprio. Isso sim devia ser combatido. Não venham atrás de pessoas que gostam de ouvir música, ler um livro ou ver um filme, mas que não têm a possibilidade de o comprar porque preferem alimentar-se a pagar os preços exorbitantes de produtos culturais em Portugal.
P.S.-Ser despedido dá uma dor de corno enorme!
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